segunda-feira, 8 de julho de 2019

As cartas de Vincent Van Gogh antes de sua partida

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Fonte: Google

https://groups.google.com/forum/#!topic/armazem18/POpP0oVGO-Q


“Eles são vastos trechos de trigo sob um céu problemático, e eu não tive que sair muito do meu caminho para tentar expressar tristeza e extrema solidão. Tenho quase certeza de que essas telas vão lhe dizer o que não posso dizer em palavras, ou seja, quão saudável e revigorante eu acho o campo. ”


Vincent Willem van Gogh (holandês[ˈvɪnsɛnt ˈʋɪləm vɑn ˈɣɔx] (Ltspkr.png ouça); Zundert30 de marçode 1853 – Auvers-sur-Oise29 de julho de 1890) foi um pintor holandês considerado uma das figuras mais famosas e influentes da história da arte ocidental. Ele criou mais de dois mil trabalhos em pouco mais de uma década, incluindo por volta de 860 pinturas a óleo, a maioria dos quais durante seus dois últimos anos de vida. Suas obras abrangem paisagensnaturezas-mortasretratos e autorretratos caracterizados por cores dramáticas e vibrantes, além de pinceladas impulsivas e expressivas que contribuíram para as fundações da arte moderna.

A fonte primária mais compreensiva sobre a vida e obra de Vincent van Gogh é a correspondência trocada entre ele e seu irmão mais novo Theo van Gogh. Estão registradas nas centenas de cartas trocadas entre os dois de 1872 a 1890 sua duradoura amizade e a maior parte do que se conhece sobre os pensamentos e teorias de arte de Van Gogh.[3] Theo trabalhava como comerciante de arte e ofereceu suporte financeiro e emocional ao irmão, dando-lhe também acesso a figuras influentes do mundo artístico.[4]

Theo guardou todas as correspondências que Van Gogh lhe enviou.[5] Este, por outro lado, manteve apenas algumas das cartas que recebeu. Johanna van Gogh-Bonger, a viúva de Theo, providenciou a publicação de algumas dessas cartas após as mortes dos dois irmãos. Outras apareceram em 1906 e 1913, com a maioria sendo publicada em 1914.[6] As cartas de Van Gogh eram eloquentes e expressivas, tendo sido descritas também como carregadas de uma "intimidade de diário" e semelhantes a uma autobiografia.[4] 

Trechos em destaque, para serem lidos com sua devida atenção:



"Falamos bastante sobre qual é o nosso dever, e como poderíamos chegar a algo de bom, e chegamos à conclusão que nosso objetivo em primeiro lugar deve ser o de achar um lugar determinado, e uma profissão à qual possamos nos dedicar integralmente.

E acredito que estávamos igualmente de acordo de que o necessário é sobretudo ter em vista o objetivo final, e que uma vitória, após toda uma vida de trabalho e de esforços, vale mais que uma vitória obtida mais cedo.

Aquele que vive sinceramente e encontra aflições verdadeiras e desilusões, e que jamais se deixa abater por elas, vale mais que os que sempre vão de vento em popa, e que conheceriam uma prosperidade apenas relativa.

Pois, em quem constatamos da maneira mais visível um valor superior, senão naqueles a quem se aplicam as palavras: “Lavradores, vossa vida é triste, lavradores, vós sofreis na vida, lavradores, vós sois bem-aventurados”, senão naqueles que carregam os estigmas de “toda uma vida de luta e de trabalho suportada sem jamais se curvar”?

É bom se esforçar em assemelhar-se a eles.

Avançamos portanto em nossa estrada indefessi favente Deo. 

No que me diz respeito, devo tornar-me um bom pregador que tenha algo de bom a dizer e que possa ser útil no mundo, e talvez fosse melhor eu conhecer um tempo relativamente longo de preparação, e estar solidamente confirmado numa firme convicção, antes de ser chamado a falar aos outros...

A partir do momento em que nos esforcemos em viver sinceramente, tudo irá bem, mesmo que tenhamos inevitavelmente que passar por aflições sinceras e verdadeiras desilusões; cometeremos provavelmente também pesados erros e cumpriremos más ações, mas é verdade que é preferível ter o espírito ardente, por mais que tenhamos que cometer mais erros, do que ser mesquinho e demasiado prudente.

É bom amar tanto quanto possamos, pois nisso consiste a verdadeira força, e aquele que ama muito realiza grandes coisas e é capaz, e o que se faz por amor está bem feito.

Quando ficamos admirados com um ou outro livro, por exemplo, tomando ao acaso: A andorinha, A calhandra, O rouxinol, As aspirações do outono, Daqui eu vejo uma senhora, Eu amava esta pequena cidade singular, de Michelet, é porque estes livros foram escritos de coração, na simplicidade e na pobreza de espírito.

Se só pudéssemos dizer umas poucas palavras, mas que tivessem um sentido, seria melhor que pronunciar muitas que não fossem mais que sons vazios, e que poderiam ser pronunciadas com tanto mais facilidade, quanto menos utilidade tivessem.

Se continuarmos a amar sinceramente o que na verdade é digno de amor, e não desperdiçarmos nosso amor em coisas insignificantes, nulas e insípidas, obteremos pouco a pouco mais luz e nos tornaremos mais fortes. 

Quanto antes procurarmos nos qualificar num certo ramo de atividade e numa certa profissão, e adotarmos uma maneira de pensar e de agir relativamente independente, e quanto mais nos ativermos a regras fixas, mais firme se tornará o caráter, sem que para isto tenhamos de nos tornar limitados.

E é sensato fazer estas coisas, porque a vida é curta e o tempo passa depressa; se nos aperfeiçoamos numa única coisa e a compreendemos bem, alcançamos além disto a compreensão e o conhecimento de muitas outras coisas. 

Às vezes é bom ir ao fundo e frequentar os homens, e às vezes somos até obrigados e chamados a isto, mas aquele que prefere permanecer só e tranquilo em sua obra, e não quer ter mais que uns poucos amigos, é quem circula com maior segurança entre os homens e no mundo.

É preciso não se fiar jamais no fato de viver sem dificuldades ou sem preocupações ou obstáculos de qualquer natureza, mas não se deve procurar ter uma vida muito fácil.

E mesmo nos ambientes cultos e nas melhores sociedades e circunstâncias mais favoráveis, é preciso conservar algo do caráter original de um Robinson Crusoé ou de um homem da natureza, jamais deixar extinguir-se a chama interior, e sim cultivá-la. 

E aquele que continua a guardar a pobreza e que a preza, possui um grande tesouro e ouvirá sempre com clareza a voz de sua consciência; aquele que escuta e segue esta voz interior, que é o melhor dom de Deus, acabará por encontrar nela um amigo e jamais estará só... 

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Que seja este o nosso destino, meu rapaz, que teu caminho seja próspero, e que Deus esteja contigo em todas as coisas e te faça triunfar, é o que te desejo com um cordial aperto de mão em tua partida. Teu irmão que te ama, VINCENT (121). 

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Wasmes, junho de 1879 Não conheço melhor definição da palavra arte que esta: “A arte é o homem acrescentado à natureza”; à natureza, à realidade, à verdade, mas com um significado, com uma concepção, com um caráter, que o artista ressalta, e aos quais dá expressão, “resgata”, distingue, liberta, ilumina. Um quadro de Mauve ou de Maris ou de Israels diz mais e fala mais claro que a própria natureza (130). 1

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Por que lhe digo tudo isto? Não é para me queixar, não é para me desculpar naquilo em que eu possa ter mais ou menos errado, mas simplesmente para lhe dizer isto:

Quando de sua última visita no verão passado, quando nós dois passávamos perto da caverna abandonada que chamam de “A Feiticeira”, você me lembrou que houve uma época em que também passeávamos os dois perto do velho canal e do moinho de Rijswick, “e então”, você me dizia, “nós estávamos de acordo sobre muitas coisas, mas”, você acrescentou, “desde então você mudou muito, você já não é mais o mesmo”.

Pois bem, isto não é bem assim; o que mudou, é que minha vida era então menos difícil, e meu futuro aparentemente menos sombrio; mas quanto ao meu íntimo, quanto à minha maneira de ver e de pensar, nada disto mudou, e se de fato houvesse alguma mudança, é que agora eu penso e acredito e amo mais serenamente aquilo que na época eu também já pensava, acreditava e amava.

Seria portanto um mal-entendido se você persistisse em acreditar que, por exemplo, agora eu seria menos caloroso por Rembrandt ou Millet ou Delacroix ou quem ou o que quer que fosse, pois acontece justo o contrário, apenas, veja você, há várias coisas em que acreditar e amar, e há algo de Rembrandt em Shakespeare, e de Corrège em Michelet, e de Delacroix em Victor Hugo e ainda há algo de Rembrandt no Evangelho e algo do Evangelho em Rembrandt, como queira, isto dá mais ou menos na mesma, desde que se entenda a coisa como bom entendedor, sem querer desviá-la para o mau sentido e se levarmos em conta os termos da comparação, que não tem a pretensão de diminuir os méritos das personalidades originais.

E em Bunyan há algo de Maris ou de Millet e em Beecher Stowe há algo de Ary Scheffer. Agora, se você pode perdoar um homem que se aprofunda nos quadros, admita também que o amor aos livros é tão sagrado quanto o amor a Rembrandt, e inclusive acredito que os dois se completam.

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Mas no entanto – você dirá – você é um ser execrável, já que tem ideias impossíveis sobre a religião, e escrúpulos de consciência pueris.

Se os tenho impossíveis ou pueris, possa eu me livrar disto, é tudo o que peço.

Mas veja mais ou menos o ponto em que me encontro.

Você encontrará em O filósofo sob os tetos, de Souvester, como um homem do povo, um simples operário muito miserável que seja, se imaginava a pátria.

“Você talvez jamais pensou no que é a pátria”, retomou ele pousando uma mão em meu ombro, “é tudo o que te envolve, tudo o que te criou e te alimentou, tudo que amaste, este campo que vês, estas casas, estas árvores, estas jovens que passam ali rindo, são a pátria.

As leis que te protegem, o pão pago por teu trabalho, as palavras que tu trocas, a alegria e a tristeza provenientes das coisas ou dos homens entre os quais vives, são a pátria.

O quartinho onde outrora viste tua mãe, as lembranças que ela te deixou, a terra em que ela repousa são a pátria.

Tu a vês, tu a respiras em todos os lugares. Imagines os direitos e os deveres, as afeições e as necessidades, as lembranças e o reconhecimento, reúne tudo isso numa palavra e esta palavra será a pátria”. 

Ora, da mesma forma tudo o que é verdadeiramente bom e belo, de beleza interior moral, espiritual e sublime nos homens e em suas obras, acredito que vem de Deus, e tudo o que há de ruim e de mau nas obras dos homens e nos homens, não é de Deus, e Deus também não o acha bom. 

Mas involuntariamente sou levado a crer que a melhor maneira de conhecer Deus é amar muito. 

Ame tal amigo, tal pessoa, tal coisa, o que quiser, e você estará no bom caminho para depois saber mais, eis o que eu digo a mim mesmo. Mas é preciso amar com uma grande e séria simpatia íntima, com vontade, com inteligência, e é preciso sempre procurar saber mais, melhor e mais. Isto conduz a Deus, isto conduz à fé inabalável.

Para citar um exemplo, alguém que ame Rembrandt, mas ame-o seriamente saberá que há um Deus, e Nele terá fé.

Alguém que se aprofunde na história da Revolução Francesa – não será incrédulo, verá que também nas grandes coisas há uma potência soberana que se manifesta. Alguém que tenha assistido, mesmo que por pouco tempo, ao curso gratuito da grande universidade da miséria e que tenha prestado atenção às coisas que seus próprios olhos veem e que seus ouvidos percebem, e que tenha refletido sobre isto, também acabará por crer e talvez aprenda mais do que imagina.

Procure entender a fundo o que dizem os grandes artistas, os verdadeiros artistas, em suas obras-primas, e encontrará Deus nelas. 

Um o terá dito ou escrito num livro, outro, num quadro

Depois, às vezes pode-se até ficar um pouco abstraído, um pouco sonhador. Há quem fique abstraído demais, sonhador demais; talvez seja o que ocorre comigo, mas é minha culpa. Afinal, quem sabe, não havia motivo para isto. Estava abstraído, preocupado, inquieto por uma ou outra razão, mas a gente se refaz!

O sonhador às vezes cai num poço, mas dizem que logo ele se reergue.

E o homem abstraído, em compensação, por vezes também tem sua presença de espírito. Às vezes é um personagem que tem sua razão de ser por um ou outro motivo que não distinguimos à primeira vista, ou que, na maioria das vezes, esquecemos involuntariamente.

Fulano, que andou agitado como se estivesse num mar tempestuoso, chega enfim ao seu destino; um outro que parecia não valer nada e ser incapaz de exercer qualquer função acaba por encontrar uma e, ativo e capaz de agir, mostra-se totalmente outro do que parecia à primeira vista.

Escrevo-lhe um pouco ao acaso o que me vem à pena, ficaria muito contente se de alguma maneira você pudesse ver em mim mais que um vagabundo. Acaso haverá vagabundos e vagabundos que sejam diferentes? 

Há quem seja vagabundo por preguiça e fraqueza de caráter, pela indignidade de sua própria natureza: você pode, se achar justo, me tomar por um destes.

Além deste, há um outro vagabundo, o vagabundo que é bom apesar de si, que intimamente é atormentado por um grande desejo de ação, que nada faz porque está impossibilitado de fazê-lo, porque está como que preso por alguma coisa, porque não tem o que lhe é necessário para ser produtivo, porque a fatalidade das circunstâncias o reduz a este ponto, um vagabundo assim nem sempre sabe por si próprio o que poderia fazer, mas, por instinto, sente:

 “No entanto, eu sirvo para algo, sinto em mim uma razão de ser, sei que poderia ser um homem completamente diferente. 

No que é que eu poderia ser útil, para o que poderia eu servir; existe algo dentro de mim, o que será então?”. 

Este é um vagabundo completamente diferente; você pode, se achar justo, tomar-me por um destes. 

Um pássaro na gaiola durante a primavera sabe muito bem que existe algo em que ele pode ser bom, sente muito bem que há algo a fazer, mas não pode fazê-lo. O que será? Ele não se lembra muito bem. 
Tem então vagas lembranças e diz para si mesmo: “Os outros fazem seus ninhos, têm seus filhotes e criam a ninhada”, e então bate com a cabeça nas grades da gaiola. 

E a gaiola continua ali, e o pássaro fica louco de dor. 

“Vejam que vagabundo”, diz um outro pássaro que passa, “esse aí é um tipo de aposentado”. No entanto, o prisioneiro vive, e não morre, nada exteriormente revela o que se passa em seu íntimo, ele está bem, está mais ou menos feliz sob os raios de sol. 

Mas vem a época da migração. Acesso de melancolia – “mas” dizem as crianças que o criam na gaiola, “afinal ele tem tudo o que precisa”. E ele olha lá fora o céu cheio, carregado de tempestade, e sente em si a revolta contra a fatalidade.

 “Estou preso, estou preso e não me falta nada, imbecis. Tenho tudo o que preciso. Ah! por bondade, liberdade! ser um pássaro como outros.” Aquele homem vagabundo assemelha-se a este pássaro vagabundo... 

E os homens ficam frequentemente impossibilitados de fazer algo, prisioneiros de não sei que prisão horrível, horrível, muito horrível.

Há também, eu sei, a libertação, a libertação tardia.

Uma reputação arruinada com ou sem razão, a penúria, a fatalidade das circunstâncias, o infortúnio, fazem prisioneiros.

Nem sempre sabemos dizer o que é que nos encerra, o que é que nos cerca, o que é que parece nos enterrar, mas no entanto sentimos não sei que barras, que grades, que muros. Será tudo isto imaginação, fantasia?

Não creio; e então nos perguntamos: meu Deus, será por muito tempo, será para sempre, será para a eternidade? Você sabe o que faz desaparecer a prisão. E toda afeição profunda, séria.

Ser amigos, ser irmãos, amar, isto abre a porta da prisão por poder soberano, como um encanto muito poderoso. Mas aquele que não tem isto permanece na morte. Mas onde renasce a simpatia, renasce a vida. Além disso, às vezes a prisão se chama preconceito, mal-entendido, ignorância, falta disto ou daquilo, desconfiança, falsa vergonha. Mas para falar de outra coisa, se eu caí, por outro lado você subiu.

E se eu perdi simpatias, você por seu lado as ganhou. Eis o que me deixa contente; falo sério e isto sempre me alegrará. 

Se você fosse pouco sério e pouco profundo, eu poderia temer que isso não durasse muito, mas como acredito que você seja muito sério e muito profundo, sou levado a crer que isto durará. 

Só que se lhe fosse possível ver em mim algo mais que um vagabundo da pior espécie eu ficaria muito contente. 

Então se eu puder alguma vez fazer algo por você, ser-lhe útil em alguma coisa, saiba que estou à sua disposição.

 Se aceitei o que você me deu, você também poderia, caso de alguma forma eu puder ajudá-lo, pedir-me: eu ficaria contente e consideraria isso uma prova de confiança. 

Nós estamos muito distantes um do outro e podemos ter pontos de vista diferentes; contudo, em dado momento, algum dia, poderíamos ajudar-nos um ao outro.

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Por hoje eu lhe aperto a mão, agradecendo novamente a bondade que você teve comigo.

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Agora, se mais cedo ou mais tarde você quiser me escrever, meu endereço é chez Ch. Decrucq, rue du Pavillon 8, em Cuesmes, perto de Mons. E saiba que escrevendo-me você me fará bem.

Do seu, VINCENT (133).




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terça-feira, 4 de dezembro de 2018

A Resistência

 Estudo Livro 
A Guerra da Arte - Steven Pressfield 

A RESISTÊNCIA 

A VIDA NÃO-VIVIDA
“Uma noite, quando eu estava deitado,
Ouvi papai conversando com mamãe.
Ouvi papai dizer para deixar o garoto tocar o boogie-woome
Porque isso está dentro dele e ele tem que colocar para fora * John Lee Hooker, letra da canção Booaie Chillen”

A Resistência é a forca mais tóxica do planeta. É fonte de mais infelicidade do que pobreza, doença e disfunção erétil. Ceder à Resistência deforma nosso espírito. Atrofia-nos e nos torna menores do que nascemos para ser. Se você acredita em Deus (e eu acredito), deve considerar a Resistência um mal, pois nos impede de alcançar a vida que Deus planejou para nós ao dotar cada ser humano de seu próprio e único gênio criativo. A palavra gênio vem do latim genius. Os romanos
usavam-na para designar um espírito interior, sagrado e invio- lável, que nos protege, guiando-nos para nossa vocação. 

Um escritor escreve com seu gênio; um artista pinta com o seu; todo aquele que cria o faz a partir deste centro sagrado. E a morada de nossa alma, o receptáculo que abriga nosso ser potencial, é o nosso farol, nossa estrela polar.

Todo sol lança uma sombra e a sombra do gênio é a Resistência. 

Por mais forte que seja o chamado de nossa alma para a realização, igualmente potentes são as forças da Resis- tência reunidas contra ele. A Resistência é mais rápida do que o projétil de uma arma, mais poderosa do que uma locomo- tiva, mais difícil de renegar do que cocaína. Não estaremos sozinhos se formos dizimados pela Resistência; milhões de mulheres e homens bons foram derrubados antes de nós. E o
pior é que nem ficamos sabendo o que nos atingiu. Eu nunca
* No original em inglês:"One night I was layin' down, / I heard
Papa talkin' to Mama. / I heard Papa say, to let that boy boogíe-woogie. / 'Cause it s in him and its sit to canie out." (N. do E.)
A maioria de nós possui duas vidas. A vida que vivemos e a vida não-vivida que existe dentro de nós. Entre as duas. encontra-se a Resistência.
Você já levou para casa uma esteira ergométrica e dei- xou-a acumulando poeira no sótão? Já abandonou uma dieta, um curso de yoga, unia prática de meditação?...”


“Olhe no fundo do seu coração. A menos que eu seja louco, neste mesmo instante uma vozinha fraca está sussur- rando, dizendo-lhe, como já fez milhares de vezes, qual é a vocação que é sua e apenas sua.Você sabe. Ninguém tem que lhe dizer. E a menos que eu seja louco, você não está mais per- to de tomar uma atitude em relação a ela do que estava ontem ou estará amanhã. Acha que a Resistência não é real? A Resis- tência o matará.
Sabe, Hitler queria ser artista. Aos 18 anos, pegou sua herança, setecentos kronen, e mudou-se para Viena para viver e estudar. Inscreveu-se na Academia de Belas-Artes e poste- riormente na Faculdade de Arquitetura. Já viu algum quadro dele? Eu também não. A Resistência o derrotou. Pode achar que é exagero, mas vou dizer mesmo assim: foi mais fácil para Hitler deflagrar a 2 Guerra Mundial do que encarar uma tela
em branco.”

...”A Resistência parece vir do exterior. Nós a localizamos em cônjuges, empregos, chefes e crianças. "Adversários periféri- cos", como Pat Riley costumava dizer quando era técnico do Los Angeles Lakers.
A Resistência não é um adversário periférico.A Resis- tência surge em nosso interior.Tem geração própria e perpe- tua-se por si mesma. A Resistência é o inimigo interno.”...

 “ A RESISTÊNCIA JOGA PARA GANHAR
A RESISTÊNCIA AUMENTA-SE DO MEDO

O objetivo da Resistência não é ferir ou aleijar. Sua intenção é matar. Seu alvo é o epicentro de nosso ser: nosso gênio cria- tivo, nossa alma, o dom único e inestimável com que fomos trazidos ao mundo para dar e que ninguém mais possui. A Resistência joga para valer. Ao combatê-la, travamos uma guerra com a morte. 

A Resistência não tem força própria. Cada gota de sua seiva vem de nós. Nós lhe damos força com o nosso medo.
Domine esse medo e vencerá a Resistência.” ...

sexta-feira, 30 de novembro de 2018

Caminho Infinito - Joel S. Goldsmith - Simples Reflexões

A questão é: Que pode o homem fazer para obter esta consciência espiritual e com isso abandonar o sentido materialista? A resposta é: "Leia e estude as verdades reveladas ao longo dos tempos sobre a Consciência universal, Alma ou Espírito e sobre a criação espiritual e suas leis. Absorva o sentido destas revelações".

Joel Goldsmith 

Não é preciso sair para ver melhor, nem assomar à janela. Habite apenas no centro do seu ser; quanto mais dele se afastar, menos saberá. 

LAO-TSÉ


A verdade está dentro de nós. Há um centro profundo em todos nós, onde mora a Verdade em sua plenitude; e, para saber, antes rasgar um caminho por onde possa sair o esplendor cativo que mergulhar na luz que imaginamos externa. 

ROBERT BROWNING 


Um Deus fez sua morada em nosso peito: quando Ele nos desperta, a chama da inspiração nos aquece; este supremo êxtase brota das sementes que a mente divina semeou no homem. 

OVÍDIO  

Muitos não assumem o problema para si mesmos, não para o recôndito de sua própria mente, mas para o primeiro grupo de pessoas que encontram. 

VALDIVAR 


O reino de Deus está dentro de vós. 

JESUS 

O_Primeiro_Livro_de_Pistis_Sophia

Trechos Livro : O Primeiro  Livro de Pistis Sophia




"O mistério das cinco palavras na veste. Quando o sol havia se elevado no oriente, um grande poder luminoso desceu, no qual estava a minha Veste, que eu havia deixado no vigésimo-quarto mistério, como já vos contei. E descobri um mistério em minha Veste, escrito em cinco palavras que pertencem ao alto: 118 cuja interpretação é esta;119 A interpretação deste mistério. Ó Mistério, que estás fora do mundo, a causa do surgimento do Todo que és o surgimento total e a ascenção total, que emanaste todas as emanações e tudo o que se encontra em seu meio, por cuja causa todos os mistérios e todas suas regiões existem vem a nós120, pois somos teus membros. Estamos todos contigo; somos um e o mesmo 121 . Tu és o Primeiro Mistério, que existiu desde o princípio no Inefável, antes dele surgir, e cujo nome somos todos nós. Agora, portanto, viemos todos para encontrar-te no último limite122 , que é também o último mistério do interior; sendo ele próprio uma parte de nós. "






sábado, 13 de fevereiro de 2016

Diderot...



As reflexões que explodem mentalmente ao ler a Carta sobre os cegos é só o princípio de mais uma série de perguntas que levam a uma infinidade de caminhos a serem encontrados...
... A busca pela sabedoria infinita é um milagre a ser encontrado a cada segundo, sem cessar...



...Diderot nasceu na pequena cidade francesa de Langres, a 8 de outubro de 1713, filho de um cuteleiro chamado Didier e de Angélica, sua esposa. Desde cedo é orientado para o sacerdócio, em virtude de possuir, do lado materno, vários clérigos como parentes. Assim sendo, ingressa no colégio jesuíta da cidade natal, onde se revela brilhante aluno, sobretudo em latim e matemática. Com apenas treze anos de idade recebe a tonsura, veste a sotaina e é chamado senhor abade. Os parentes ficam muito contentes, pensando que ele estivesse disposto a seguir a carreira eclesiástica, mas logo se desiludem. Diderot quer apenas estudar e para isso dirige-se a Paris e ingressa no Colégio Louis, le Grand, onde Voltaire estudara anos antes. Aprofunda-se em lógica, física, moral, matemática e metafísica, disciplinas vestidas convenientemente, no ensino da época, em roupagem aristotélica e teológica. Em 1732 torna-se “maître des arts” pela Universidade de Paris e mostra-se possuidor de considerável erudição em grego, italiano e inglês, adquirida autodidaticamente.


Diderot – Carta sobre os cegos, para o uso dos que veem. 

Possunt, nec posse videntur. 
(Virgílio, Eneida, liv. 5, v. 231) 

Um de nós lembrou-se de indagar ao nosso cego se ficaria contente em ter olhos: “Se a curiosidade não me dominasse, disse ele, eu preferiria muito mais ter longos braços: parece-me que minhas mãos me instruiriam melhor do que se passa na lua do que vossos olhos ou vossos telescópios; além disso, os olhos cessam de ver mais do que as mãos de tocar. Valeria pois muito mais que me fosse aperfeiçoado o órgão que possuo do que me conceder o que me falta”. 


domingo, 8 de março de 2015

dAnTe DaNte DANTE dante !

Para dias de escuridão, ou noites ensolaradas, A DIVINA COMÉDIA sempre sempre !!!!



Rio Aqueronte - Caronte

POR MIM SE VAI À CIDADE DOLENTE,
POR MIM SE VAI À ETERNA DOR ,
POR MIM SE VAI À PERDIDA GENTE.
JUSTIÇA MOVEU O MEU ALTO CRIADOR,
QUE ME FEZ COM O DIVINO PODER,
O SABER SUPREMO E O PRIMEIRO AMOR.
ANTES DE MIM COISA ALGUMA FOI CRIADA
EXCETO COISAS ETERNAS, E ETERNA EU DURO.
DEIXAI TODA ESPERANÇA, VÓS QUE ENTRAIS!
Estas palavras estavam escritas em tom escuro, no alto de um portal. Eu, assustado, confidenciei ao meu guia:
- Mestre, estas palavras são muito duras.
Dante e Virgílio diante da entrada do Inferno. Ilustração de Helder da Rocha.
- Não tenhas medo - respondeu Virgílio, experiente - mas não sejas fraco! Aqui chegamos ao lugar, do qual antes te falei, onde encontraríamos as almas sofredoras que já perderam seu livre poder de arbítrio. Não temas, pois tu não és uma delas, tu ainda vives.
Em seguida, Virgílio segurou minha mão, sorriu para me dar confiança, e me guiou na direção daquele sinistro portal.
Logo que entrei ouvi gritos terríveis, suspiros e prantos que ecoavam pela escuridão sem estrelas. Os lamentos eram tão intensos que não me contive e chorei. Gritos de mágoa, brigas, queixas iradas em diversas línguas formavam um tumulto que tinha o som de uma ventania. Eu, com a cabeça já tomada de horror, perguntei:
- Mestre, quem são essas pessoas que sofrem tanto?
- Este é o destino daquelas almas que não procuraram fazer o bem divino, mas também não buscaram fazer o mal. - me respondeu o mestre. - Se misturam com aquele coro de anjos que não foram nem fiéis nem infiéis ao seu Deus. Tanto o céu quanto o inferno os rejeita.
- Mestre - continuei -, a que pena tão terrível estão esses coitados submetidos para que lamentem tanto?
- Te direi em poucas palavras. Estes espíritos não têm esperança de morte nem de salvação. O mundo não se lembrará deles, a misericórdia e a justiça os ignoram. Deixe-os. Só olha, e passa.
E então olhei e vi que as almas formavam uma grande multidão, correndo atrás de uma bandeira que nunca parava. Estavam todas nuas, expostas a picadas de enxames de vespas que as feriam em todo o corpo. O sangue escorria, junto com as lágrimas até os pés, onde vermes doentes ainda os roíam.
Quando olhei além dessa turba, vi uma outra grande multidão que esperava às margens de um grande rio.
- Quem são aqueles? - perguntei ao mestre.
- Tu saberás no seu devido tempo, quando tivermos chegado à orla triste do Aqueronte. - respondeu, secamente.
Temendo ter feito perguntas demais, fiquei calado até chegarmos às margens daquele rio de águas pantanosas e cinzentas.
Chegava um barco dirigido por um velho pálido, branco e de pêlos antigos. Ele gritava:
- Almas ruins, vim vos buscar para o castigo eterno! Abandonai toda a esperança de ver o céu outra vez, pois vou levar-vos às trevas eternas, ao fogo e ao gelo!
Quando ele me viu, gritou:
- E tu, alma vivente, t
e afasta desse meio pois aqui só vem morto! - Vendo que eu não me mexia, mais calmo, falou - Tu deves seguir para outro porto, onde um outro barco, maior, te dará transporte.
Caronte, te irritas em vão! - intercedeu o mestre - Lá, onde se pode o que se quer, isto se quer, e não peças mais nada!
Caronte então se calou, mas pude ver que seus olhos vermelhos ainda ardiam de raiva. As almas, chorando amargamente, se amontoavam na orla e Caronte as embarcava, uma a uma, batendo nelas com o remo quando alguma hesitava. Depois seguiam, quebrando as ondas sujas rio Aqueronte, e antes de chegarem à outra margem, uma nova multidão já se formava deste lado.
Enquanto Virgílio me falava sobre as almas que atravessavam o rio, houve um grande terremoto, seguido por uma ventania que inundou o céu com um clarão avermelhado. O susto foi tão intenso que eu desmaiei e caí num sono profundo.
 

quinta-feira, 21 de agosto de 2014

Selene/ Diana... A Lua


















Etimologia


A etimologia da Selene é incerta, mas se o nome é de origem grego, é provável que se conecte a palavra selas (σέλας), significando "luz".3
Assim como Hélio, a partir de sua identificação com Apolo, é chamado Febo ("brilhante"), Selene, a partir de sua identificação com Ártemis, também é comumente referida pelo epíteto Phoebe (forma feminina).4 A Phoebe original da mitologia grega é a tia de Selene, a mãe Titânide deLeto e Astéria, e avó de Apolo, Ártemis e Hecate. Também a partir de Ártemis, Selene às vezes era chamada de "Cíntia".5
Selene também foi chamado Mene.6 A palavra de homem (feminino mene), significa a lua, e o mês lunar. Era também o nome do deus frígio da lua Men.7


Endimião era um belo jovem que apascentava seu rebanho no Monte Latmos. Numa noite calma e clara,
Diana, a lua, olhou-o e viu-o dormindo. O frio coração da deusa virgem aqueceu-se ante aquela inexcedível beleza e curvando-se sobre o jovem, ela o beijou e ficou contemplando-o enquanto dormia. Outra versão é a de que Júpiter concedeu a Endimião o dom da perpétua juventude combinada com o sono perpétuo. De uma pessoa tão bem-dotada, não poderemos ter muitas aventuras a mencionar. Diana, contava-se, providenciou para que a fortuna do jovem não sofresse em conseqüência de sua vida inativa, pois fez seu rebanho aumentar, protegendo-o contra as feras. A história de Endimião tem um encanto particular pela significação humana que deixa transparecer. Vemos nele o jovem poeta cuja fantasia e cujo coração procuram, inutilmente, algo que possa satisfazê-lo, encontrando sua hora favorita no tranqüilo luar e alimentando ali, sob os raios da testemunha brilhante e silenciosa, a melancolia e o ardor que o consomem. A história faz lembrar o amor poético e cheio de aspirações, uma vida gasta mais em sonhos que na realidade e uma morte prematura e bem-vinda. Young, no poema "Pensamentos Noturnos", assim alude a Endimião: E Diana 


...Estes cismares São teus, ó Noite! 
São como os suspiros. 
Escapam dos que amam, 
enquanto os outros Tranqüilos dormem. 
Assim, contam os poetas, 
Cíntia, velada pelas sombras, leve. 
Do céu descia e seu pastor fitava, 
O seu pastor que a amava menos, 
Bem menos que eu te amo. 
Fletcher, em "Pastora Fiel", diz: 
Como a pálida Diana caçadora, 
Ao ver Endimião a vez primeira, 
Sentiu no peito o fogo que não morre 
E levou-o, dormindo, para o cimo Do velho Latmos, 
onde, cada noite, 
Com a luz do seu irmão dourando os montes, 
Ia beijá-lo.

Mitos

Escultura romana de Luna ou Diana Lucifera, portando uma tocha
Depois que seu irmão, Hélios, termina sua jornada pelo céu, Selene, recém-banhada nas águas do Oceano que circunda a terra, começa sua própria jornada enquanto a noite cai sobre a terra, iluminada pela radiância da sua cabeça imortal e de sua áurea coroa. Jovem e bela.
Na Arcádia, uniu-se a Pã, que a seduziu disfarçando-se com uma pele de ovelha e depois a presenteou com um rebanho de bois inteiramente brancos que ela usou para puxar seu carro noturno.
Com Antifemo ou Eumolpo, Selene teve o filho Museu, um adivinho renomado e grande músico, capaz de curar doentes com sua arte, que foi amigo inseparável, discípulo ou mesmo mestre de Orfeu.
Seu amante mais célebre, todavia, foi o jovem e formoso Endímion - um caçador ou pastor, segundo a maioria das variantes, ou um rei, segundo Pausânias. Segundo Apolônio, a pedido de Selene, Zeus prometeu a Endímion atender-lhe de imediato a um desejo, por mais difícil que fosse e ele pediu um sono eterno, para que pudesse permanecer jovem para sempre. Maravilhosamente belo, permanecia adormecido na encosta de uma montanha no Peloponeso, ou no monte Latmos, na Cária, perto de Mileto. Noite após noite, Selene descia atrás do monte para visitá-lo e cobri-lo de beijos.

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Uma variante contada por Cícero relata que o sono mágico foi obra da própria deusa. Adormeceu-o, cantando, a fim de que pudesse encontrá-lo e acariciá-lo sempre que desejasse. Dessa paixão nasceram cinqüenta filhas, as Menas (uma das quais foi Naxos, a ninfa da ilha do mesmo nome) que representam os cinqüenta meses lunares que existem em uma Olimpíada, período de quatro anos que regia o calendário grego.
Existiu um santuário de Endímion em Heracléia, na encosta sul do Latmos, uma câmara em forma de ferradura com um vestíbulo de entrada e um átrio sustentado por pilares.
Este mito contrasta com o de Eos, irmã de Selene que pediu a Zeus imortalidade para seu amante Titono, mas esqueceu-se de pedir também a juventude eterna. Sem poder morrer, o pobre Titono envelheceu e encolheu até se reduzir a um inseto dessecado.

Roma
Em Roma, Luna tinha um templo no monte Aventino, que foi construído no seculo VI a.C. e destruído pelo grande incêndio de Roma no reinado de Nero. Havia também um templo dedicado a Luna Noctiluca ("Luna que brilha à noite") no monte Palatino. Havia festivais em honra de Luna em 31 de março, 24 de agosto e 29 de agosto.

Os lunáticos

Selene é um substituto de mênê, "lua", nome antigo do mês, provavelmente por um tabu lingüístico, uma vez que a lua estava ligada a um mundo perigoso e maléfico, como atesta o verbo selêniazein, "ser ferido pela lua, tornar-se lunático, isto é, epiléptico, convertendo-se desse modo em adivinho ou feiticeiro".

A crença nos poderes maléficos de Selene é atestada em duas passagens importantes do Evangelho de Mateus, 4:24 e 17:15. Na primeira, diz o texto: "e espalhou-se a sua fama (de Jesus) por toda a Síria e trouxeram-lhe todos os que tinham algum mal, possuídos de vários achaques e dores, os possessos, os lunáticos (selêniazoumenous), os paralíticos e curava-os". No segundo, "tendo ido para jundo do povo, aproximou-se dele um homem que se lançou de joelhos diante dele, dizendo: Senhor, tem piedade de meu filho, porque é lunático (hoti selêniazetai) e sofre muito".



Selene, Goddess of the Moon. Selene, daughter of Hyperion and Theia, is a goddess
of the moon. Like her brother Helius, she drives a chariot, although hers
usually has only two horses. The Homeric Hymn to Selene (32) presents a picture.
t Tell in song about the moon in her long-winged flight, Muses, skilled in song,
sweet-voiced daughters of Zeus, the son of Cronus. The heavenly gleam from
her immortal head radiates onto earth. The vast beauty of the cosmos emerges
under her shining radiance. The air, unlit before, glistens and the rays from her
golden crown offer illumination whenever divine Selene, having bathed her
beautiful skin, put on her far-glistening raiment, and yoked the powerful necks
of her shining team, drives forward her beautifully maned horses at full speed
in the evening; in mid-month brightest are her beams as she increases and her
great orbit is full. From the heavens she is fixed as a sure sign for mortals.
Once Zeus, the son of Cronus, joined in loving union with her; she became
pregnant and bore a daughter, Pandia, who had exceptional loveliness among
the immortal gods.
Hail, kind queen with beautiful hair, white-armed goddess, divine Selene.
From you I have begun and I shall go on to sing of mortal demigods whose
achievements minstrels, servants of the Muses, celebrate in songs from loving
lips.
Selene and Endymion. Only one famous myth is linked with Selene, and that
concerns her love for the handsome youth Endymion, who is usually depicted
as a shepherd. On a still night, Selene saw Endymion asleep in a cave on Mt.
Latmus (in Caria). Night after night, she lay down beside him as he slept. There
are many variants to this story, but in all the outcome is that Zeus granted
Endymion perpetual sleep with perpetual youth. This may be represented as a
punishment (although sometimes Endymion is given some choice) because of
Selene's continual absence from her duties in the heavens, or it may be the fulfillment
of Selene's own wishes for her beloved.
Apollo, Sun-God, and Artemis, Moon-Goddess. Many stories about the god of the
sun, whether he be called Hyperion, Helius, or merely the Titan, were transferred
to the great god Apollo, who shares with them the same epithet, Phoebus,
which means "bright." Although Apollo was, in all probability, not originally
a sun-god, he came to be considered as such. Thus Phaëthon may become
the son of Apollo, as sun-god. Similarly Apollo's twin sister Artemis became associated
with the moon, although originally she probably was not a moongoddess.
Thus Selene and Artemis merge in identity, just as do Hyperion, Helius,
and Apollo; and Selene and Artemis also are described by the adjective "bright,"
Phoebe (the feminine form of Phoebus).15 Therefore the lover of Endymion becomes
Artemis (or Roman Diana).






 Fontes:


http://pt.wikipedia.org/wiki/Selene
O Livro de ouro da Mitologia - Thomas Bulfinch
Classical Mythology - Mark P.O Morford / Robert J. Lenardon